sábado, 1 de setembro de 2007

Amizade...é possível!


Quem de nós nunca precisou da ajuda de outros? É triste constatar que existem pessoas que ainda se julgam auto-suficientes.A verdade é que todos nós precisamos de ajuda de vez em quando - para enfrentar um problema grave, suportar uma perda dolorosa ou agüentar uma provação difícil. Quando precisam de ajuda, muitos recorrem a um amigo que se importa com eles. Conversar com um amigo assim pode tornar o problema mais fácil de suportar. Mas quem está diposto a ser de fato amigo? 'Amigo' é pequena palavra, mas com profundo significado. Dia desses estava conversando com minha irmazinha acerca da importância da amizade, e disse que existem dois amigos que nunca nos decepcionam: um bom livro e Deus.Ao que minha irmã retrucou indagando se os humanos também nãopoderiam ser amigos. Então respondi: entendo que o amigo humano que procuramos é aquele que gosta do que você gosta, sente como você sente, pensa como você pensa, age como você age, e está ao seu lado para o que der e vier. Quem se qualifica para tal? Apesar disso, ser amigo não é um 'bicho-de-sete-cabeças.Já ouvi uma frase que diz que aquele que quer amigos, deve primeiro se tornar um. O passo mais importante então é querer ser. Quanto a corresponder áquele com quem se quer fazer amizade, isso requer amor e esforço, nada que para uma boa amizade não valha a pena.

Pensando poeticamente


Já me resignei a 'não ser'

Porque 'ser' é sofrer

'Ser' é buscar e não encontrar

'Ser' é sonhar e não realizar

'Ser' é esperar e não alcançar

'Ser' é acreditar e se decepcionar

'Ser' é viver mas não sentir

'Ser' é amar e não ser amado

'Ser' é falar e não ser ouvido

'Ser' é observar e não ser notado

'Ser' é querer amigos e não ter amigos

'Ser' é compreendere não ser compreendido

'Ser' é pensar conhecer, mas ignorar

Se pudesse 'não ser', não seria

Que então fazer?

Deixar a vida?

Não sei, e se sei que não sei, sei que sou 'ser'!

Ira, é razoável?


'Ira' é descrita nos dicionários como 'cólera', 'raiva contra alguém ou algo' e 'desejo de vingança'. Todo o homem alguma vez na vida já se sentiu irado, alguns são tomados pela ira quando são tratados rispidamente, outros quando são ignorados, e ainda outros quando se sentem lesados em seus direitos. O indivíduo irado sente-se como que entalado, sufocado por algo, a ponto de “explodir”. Se não explode de imediato, acaba carregando esse sentimento e descontando em outros e em outras situações posteriores.Durante a semana que passou experiênciei duas situações em que me vi possuído por esse sentimento. Percebo como na concepção spinosiana que 'o verdadeiro conhecimento é o conhecimento das causas', portanto, comecei a refletir acerca das origens da ira.Seria este sentimento latente na minha alma, procurando apenas ocasião para desabrochar? Ou foi apenas gerado por algum objeto exterior? Podemos qualificar a ira em "pura" ou "pecaminosa" conforme a noção teológica cristã, que distingue a primeira da segunda pela semelhança com a postura divina sobre o pecado ou mal, ou seja: a ira só é valida se é voltada contra o pecado, do contrário deve ser negada(mortificação do eu). Estaria correto a metodologia de reprimir as paixões conforme a ética platônica e aconcepção paulina, nesse caso negando a ira? Justifica-se um sentimento que faz mais mal a nós do que a pessoa com quem estamos irado? Como lidar de forma adequada com ela? Nega-la não seria na verdade afirma-la? Ignora-la não a tornaria mais forte? O que nos deixa muito irado? É razoável a ira que manifestamos? Essas são perguntas que podemos fazer a nós mesmos...

Razão e Cristianismo


Em teologia aprendemos que ao ser criado, o homem tinha inteligência suficiente para pensar, raciocinar e falar, para tirar conclusões e tomar decisões. Isso nos leva a entender o sentido das palavras 'imagem e semelhança' divina.Em outras palavras, o homem era um ser racional. Nisso ele diferia de todos os animais irracionais, cujo principal principio motor é o chamado instinto. Instinto é uma propensão anterior à experiência e independente da instrução. É um impulso cego e não-meditativo que leva os animais a fazer certas coisas sem saberem por que o fazem e sem se importarem em melhorar a maneira de fazê-las. Por conseguinte, os atos instintivos dos animais se processam com inalterável uniformidade, não havendo melhoria neles. De todos os animais inferiores temos de dizer que são irracionais. A diferença entre eles e o homem é tão grandemente afastada como os polos. Isso é evidente porque os homens são objetos próprios do governo moral, e sem uma natureza racional não poderiam ser considerados responsáveis. Os governos humanos reconhecem ssa faceta da questão, pois não reponsabilizam idiotas ou lunáticos. O motivo disso é que nos lunáticos os poderes racionais nunca foram suficientemente desdobrados para fornecer uma base para a reponsabilidade moral. Nas Escrituras Gregas Cristãs, conforme também vemos em teologia, um dos característicos de desvio da humanidade é o comportamento animalesco, sendo designados os que seguem os instintos e não a razão, como 'animais irracionais'.Ao escrever aos cristãos de Roma, Paulo discorre acerca do 'culto racional', tão diferente das religiões de mistérios e rivais do cristianismo, sendo uma delas, o gnosticismo, que em diversas epístolas desse e de outros apóstolos foi combatida acirradamente.Parece-nos que o cristianismo em termos da relação com a razão não tem muito a dever à filosofia.

O que é dogmatismo?


Dogmatismo vem da palavra grega "dogma", que significa 'uma opinião estabelecida por decreto e ensinada como uma doutrina, sem contestação.' Por ser uma opinião decretada ou uma doutrina insquestionável, um dógma é tomado como uma verdade que não pode ser contestada e nem criticada, como acontece, por exemplo, na nossa vida cotidiana, quando diante de uma pergunta ou de uma dúvida que apresentamos, nos respondem: "É assim porque é assim e porque tem de ser assim."O dogmatismo é uma atitude autoritária e submissa. Autoritária porque não admite dúvida, contestação e crítica. Submissa porque se curva as opiniões estabelecidas.

Filósofo do mês: Arthur Schopenhauer


"A vida é curta, mas a verdade vai longe e tem vida longa; falemos a verdade."
"Nada é mais provocante, quando estamos discutindo com um homem usando reflexões e explicações e fazendo esforços para convencê-lo, do que descobrir, no final das contas, que ele não quer compreender, que temos que nos entender com a vontade dele."
"A compreensão do mais estúpido dos homens, se torna aguçada quando se trata de objetos queinteressam de perto aos seus desejos."
"Nosso espírito é um ser de uma natureza realmente indestrutível, e sua atividade continua de eternidade a eternidade. É como o sol, que parece se pôr aos nossos olhos terrenos, mas que, na realidade, nunca se põe, antes brilhando sem cessar."
"A verdadeira filosofia da história está em perceber que, em todas as intermináveis mudanças e heterogênea complexidade de eventos, é apenas o mesmíssimo ser inalterável que está diante de nós, que hoje persegue os mesmos fins que perseguia ontem e perseguirá sempre. O filósfo histórico tem, por isso, de reconhecer o caráter idêntico em todos os eventos(...), e, apesar de toda a variedade de circunstâncias especiais, de trajes, condutas e costumes, ver em toda parte a mesma Humanidade.(...)Ter lido Heródoto é, do ponto de vista filosófico, ter estudado bastante história.(...)O tempo todo e em toda parte o verdadeiro símbolo da natureza é o circulo, porque ele é o plano ou tipo de recorrência."
"A paixão satisfeita leva com freqüência à infelicidade do que à felicidade. Porque suas exigências muitas vezes conflitam tanto com o bem-estar pessoal do interessado, que o prejudicam."
"...se todos os males fossem eliminados e a luta acabasse de todo, o tédio se tornaria tão intolerável quanto a dor."
"...quanto mais distintamente o homem sabe- quanto mais inteligente ele for-, mais dor ele terá; o homem dotado de gênio sofre mais do que todos os outros."
"Os homens estão mil vezes mais preocupados em ficarem ricos do que em adquirirem cultura, embora seja inteiramente certo do que aquilo que um homem é contribui mais para sua felicidade do que aquilo que ele tem."
"nada nos protegerá tanto da compulsão externa quanto o controle de nós mesmos."

Diversão não é o ápice!


Divertimento faz parte da vida, mas não é tudo. É notório a futilidade daqueles que vêem no divertimento o 'ápice' da existência. Tal resulta no entorpecimento da mente e um viver pobre de significados mais profundos, constituindo indivíduos alienados, e não agentes trensformadores. Tendo isso em mente, deixo abaixo um pequenino trecho do livro 'Pensamentos' de Blaise Pascal que trata do assunto.'A única coisa que nos consola de nossas misérias é o divertimento, e, no entanto, essa é a maior das nossas misérias. É isso que nos impede, prinicipalmente, de pensar em nós, e que insensivelmente nos perde. Sem isso, estaríamos desgostosos, e esse desgosto nos levaria a buscar um modo mais sólido de sair dele. Mas o divertimento nos contenta e nos conduz insensivelmente à morte.'