sexta-feira, 20 de julho de 2007

A necessidade da Filosofia


É interessante notar que o ser humano tem por natureza o desejo de entender a razão daquilo que o cerca. De fato, desejamos saber como explicar o mundo, a existência humana, a razão do sofrimento, e até a própria capacidade inquiridora do homem. Isso significa que num sentido mais geral todos somos filósofos. Ainda que não de modo consciente e sistemático, todos nós queremos entender a realidade com a qual convivemos. A diferença é que alguns são conscientes de que é impossível não ter uma visão de mundo, e estudam mais profundamente o assunto para melhor organizar os dados da realidade; outros, porém, formam uma visão da realidade não sistemática, insconscientemente de seus próprios valores. Mas, todos são obrigados a desenvolver, ainda que intuitivamente, uma teoria interpretativa da realidade. Foi por essa razão que o filósofo Blaise Pascal disse: "Zombar da filosofia é, em verdade, filosofar."

Sabedoria Oriental


Uma vez perguntaram a Confucio:

- O que mais o surpreende na humanidade?
E ele respondeu:

"Os homens que perdem a saúde para juntar dinheiro e depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde.

Por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem o presente de tal forma que acabam por nem viver no presente, nem no futuro.

Vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se nunca tivessem vivido..."

Você é preconceituoso?


O escritor Gordon W. Allport apresenta cinco tipos de comportamentos instigados pelo preconceito. Quem é preconceituoso geralmente apresenta um ou mais desses tipos de comportamentos. Vale lembrar que o preconceito além de tocar na questão racial, também toca na religiosa, na social, na política, econômica, biológica e sexual.Que tal nos avaliarmos?

1.Comentários negativos. Falar depreciativamente sobre o grupo do qual a pessoa não gosta.
2.Evasão. Abominar estar na presença de alguém daquele grupo.
3.Discriminação. Excluir membros do grupo malquisto de certos tipos de emprego, moradia ou privilégios sociais.
4.Agressão física. Participar na violência cujo objetivo é intimidar as pessoas que se passa a odiar.
5.Extermínio. Participar em linchamentos, massacres ou programas de extermínio.

Um abraço!

As possibilidades de Spinosa


Havia duas possibilidades...a primeira era ser desonesto para consigo mesmo e não 'escandalizar' a comunidade em que estava inserido, e na qual desde a mais tenra idade havia aprendido de seus costumes, tradições e concepções morais; a outra seria ser ele quem realmente era, expor no que de fato acreditava, exprimir o que sentia no fundo de sua alma, e viver em conformidade com suas idéias. Decidiu pela segunda, e o resultado foi a expulsão e o terrível desprezo, que repercutiu nas palavras do texto de excomunhão da comunidade judaica de Amsterdam em 27 de julho de 1.656:
"Pela decisão dos anjos e julgamento dos santos, excomungamos, expulsamos, execramos e maldizemos Baruch de Spinosa...Maldito seja de dia e de noite;(...)Ordenamos que ninguém mantenha com ele comunicação oral ou escrita, que ninguém lhe preste favor algum, que ninguém permaneça com ele sob o mesmo teto ou a menos de quatro jardas(...)."

Para refletir: E quanto a nós? Estamos dispostos a sofrer pelos nossos ideais? Lutamos por aquilo que acreditamos ou aceitamos passivamente aquilo que nos é imposto? Tememos ser quem somos para agradar as pessoas, ou buscamos nossa felicidade independente das reações contrárias? O que é realmente mais importante: sermos felizes por estarmos de acordo com nós mesmos, ou infelizes por estarmos de acordo com os outros?
A vida é uma só: portanto não sacrifique sua felicidade!

A experiência de Schopenhauer


Ele havia idealizado para seu filho uma próspera carreira comercial, tendo isso em mente propôs uma série de viagens que seria importante para um futuro comerciante. Quem sabe que com aqueles "novos ares" seu filho tomaria gosto pelos negócios, e seu sonho poderia ser finalmente realizado?Alemanha, França, Inglaterra, Holanda, Suiça, Silésia e Áustria foram lugares visitados nesse percurso. Mas o jovem Arthur Schopenhauer via mais longe, não podia se enquadar no sistema, e o que de mais interessante fez nessas viagens foi redigir uma série de considerações melancólicas e pessimistas sobre a miséria da condição humana. Apesar de ter sido obrigado a entrar e cursar uma escola comercial, com a morte do pai(provavelmente suicídio), abandonou-a, e voltou-se a carreira universitária, dedicando-se aos estudos humanísticos como era seu desejo.Para muitos sua decisão era pura loucura, afinal não é sempre que se tem uma oportunidade de "berço" para ingressar no mundo dos negócios. De fato, o espírito elevado do filósofo não poderia ser confinado ao material e temporal, mas deveria dar vôos maiores, adentrar em novos horizontes e revolucionar o mundo dos pensamentos. Schopenhauer estava disposto a pagar o preço!

Para conhecer um pouco mais da biografia e filosofia de Schopenhauer leia os livros:
Os Pensadores - História da Filosofia, Will Durant - Ed.Nova Cultural
Os Pensadores - Schopenhauer - Ed.Nova Cultural
Dores do Mundo - Ed. Ediouro
Mundo como Vontade e Representação- Ed.Ediouro
Aforismos sobre filosofia da vida - Ed.Ediouro
Filosofia de Schopenhauer - Will Durant - Ed. Ediouro
LIvre-Arbítrio - Ed.Ediouro
Vontade de Amar - Ed.Ediouro

Filósofo do mês: Santo Agostinho


O que é o Tempo?
"...Que é, pois, o tempo? Quem poderá explicá-lo clara e brevemente? Quem o poderá apreender, mesmo só com o pensamento, para depois nos traduzir por palavras o seu conceito? E que assunto mais familiar e mais batido nas nossas conversas do que o tempo? Quando dele falamos, compreendemos o que dizemos. Compreendemos também o que nos dizem quando dele nos falam. O que é, por consequinte, o tempo? Se ninguém mo perguntar, eu sei se o quiser explicar a quem me fizer a pergunta, já não sei. Porém, atrevo-me a declarar, sem receio de contestação, que, se nada sobreviesse, não haveria tempo futuro, e se agora nada houvesse, não existiria o tempo presente.
De que modo existem aqueles dois tempos - o passado e o futuro - se o passado já não existe e o futuro ainda não veio? Quanto ao presente, se fosse sempre presente, e não passasse para o pretérito, já não seria tempo, mas eternidade. Mas se o presente, para ser tempo, tem necessariamente de passar para o pretérito, como podemos afirmar que ele existe, se a causa da sua existência é a mesma pela qual deixará de existir? Para que digamos que o tempo verdadeiramente existe, porque tende a não ser?" (Os Pensadores, Confissões, Santo Agostinho,página 322)