quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Dawson's Creek e Filosofia
Nem toda obra cinematográfica estimula a reflexão filosófica, algumas delas são verdadeiras armas de alienação e outras visam mais o entretenimento reproduzindo o imaginário popular e o senso comum. Dawson's Creek destaca-se como uma série que mais do que entreter, discute situações e problemas sob um olhar crítico e atípico. Em seis temporadas conta a vida de cinco amigos, Dawson, Joey, Pacey, Jen e Jack que em Capeside, uma pequena cidade do litoral, perto de Boston, convivem com os mais diferentes tipos de problemas no cotidiano, que os fazem crescer para entender melhor o mundo em que vivem. Em meio aos dramas do dia a dia,aprendem que com amor e amizade, o caminho que percorrem será bem menos difícil de suportar. A série discute temas como: adultério feminino, abuso do poder, politica, ética, religião e intolerância, homoafetividade, liberdade, dialética, morte, uso de drogas, preconceito e muito mais. Cada temporada surpreende por não se conformar com os típicos desfechos esperados aos personagens de uma série que trata de jovens e seus dilemas. Difícil não se emocionar com as perdas e o resgate da essência do que é amizade que permeia toda a série. Os episódios tornam-se vivos e marcates a medida que dialogam com os telespectadores fazendo-os refletir sobre o tempo em que vivem, levando-os à necessidade de quebra de paradigmas e de assumir mudanças efetivas. Uma boa opção para aqueles que gostam de pensar as possibilidades do ensino de filosofia através da TV.


Meus aforismos:

◘ "Descobri que sou um ninguém pensando ser alguém, ou um alguém pensando ser ninguém."

◘ "Acabei de perceber que busco sentido nas coisas, quando elas não precisam, pois são o que cada um quer que elas sejam.Cada um põe a felicidade onde quer."

◘ "Entendi que o mundo é um choque de egos em que não há vencedores, apenas perdedores."

◘ "Acordei a tempo de poder olhar para mim mesmo e ver quão complexo, mutável e estranho sou."

◘ "Compreendi que a verdadeira amizade é estar de bem consigo mesmo.O melhor amigo do homem é ele mesmo."

◘ "Cheguei a conclusão de que podemos confundir a luz do sol com a do candeeiro.E isso doi, porque está além da matéria, ultrapassa o que a maioria medíocre enxerga."

◘ "Com colírio nos olhos beijo a angústia, pois ela é a oportunidade do encontro que tenho comigo mesmo."

◘ "Sei que aquilo que penso determina aquilo que vivo, por isso lutarei até o fim para poder pensar o que quero, só assim farei realmente o que quero."

◘ "É incrível a habilidade que temos para errar conosco, com os outros e com o Infinito."

◘ "O caminho mais cômodo, mais fácil e mais aceito nem sempre é o melhor.Estou em busca do melhor!"

◘ "É preciso saber lidar com o que foi, com o que é, e com o que será, do contrário podem ser entraves. O que foi, quando poderia ter sido e não foi, o que é ao que está pronto, acabado e não poderá ser o que não é. E o que será pela expectativa que não deixa espaço para a contingência."

◘ "Ser livre é não perder a visão das possibilidades.E nas possibilidades está a complexidade humana"

◘ "Se você acha que pode determinar o que os outros são com base no que dizem que devemos ser, e no que a maioria acreditou que todos fossem e até mesmo no que você é, pode crer que desconhece o que é profundo, e ainda está preso a superfície, ao preconceito e a alienação."

◘ "Dou gargalhadas dos que me julgam, porque ignoram que a cada segundo não sou o que sou, mas aquilo que não sou. O eu que se julga não é mais o mesmo quando acaba o processo de julgamento."

◘ "Triste é aquele que não enxerga além do preconceito, não olha o coração, mas o rótulo, tem medo dos outros e não de si mesmo."

◘ "O dado não é um material bruto que se oferece ao pensamento, mas sim aquilo que o pensamento pode encontrar."

◘ "Livre pensador é aquele que pode pensar em coisas que jamais pensou que ia pensar. Numa mente aberta sempre há espaços!"

◘ "O meu crepúsculo é minha maior esperança, porque é o anúncio de uma nova aurora."

◘ "Lidar com o outro não é como jogar numa "roleta russa", afinal o outro é extensão de mim mesmo e não simples receptáculos das carências das quais não tenho pleno domínio.Se não houver satisfação em si não haverá no outro."

◘ "Quando as ilusões perdem as máscaras, então resta o abismo do nada.E porque não mergulhar no nada?"

Nietzche tinha razão: o fim de todo filósofo é enlouquecer.
René Descartes e o Discurso do Método (Parte 2)
Na terceira parte, delineia uma espécie de moral provisória que não firam frontalmente seu método. Sendo a primeira obedecer a lei do país e se manter firme na religião em que se é instruído na infância, a segunda de ser firme e decidido nas ações, a terceira e de se preocupar primeiramente consigo mesmo do que com os outros ou do que está ao redor, enfim o de utilizar toda a vida em cultivar a razão e progredir no conhecimento da verdade. Na quarta passa pelas questões metafísicas provando a existência de Deus e da alma humana. Neste ponto ele chega a sua celebre frase: “penso, logo existo”. Mostrando que o homem pode duvidar de tudo, menos de que duvida, ou seja, se duvida, exerce a função do pensamento, e se pensa, existe. Sendo possível pensar a existência sem o corpo, e que é possível negar a existência do corpo mas não da alma pensante que é condição essencial para a existência,segue que a alma é distinta do corpo. Vinculando a idéia de pensar e buscar o conhecimento, há busca de um conhecimento mais perfeito, logo o ideal de perfeição, e se há o ideal há algo que lhe corresponda, ou o Ser correspondente, em outras palavras - Deus, de quem tudo o que se possui vem. A quinta parte é a mais densa de toda obra, e mais cansativa, trata da análise astronômica física de alguns fenômenos e por fim biológica quando se trata do funcionamento do coração e da circulação do sangue humano, finalizando com a distinção entre o homem e os animais destacando-se dois fatores: os animais não utilizam palavras ou outros sinais, arranjando-os como os homens o fazem para manifestar os pensamentos, e, os animais não agem por conhecimento mas por disposição de seus orgãos. Sendo assim, as almas dos animais não é da mesma natureza que as humanas, que são imortais. Por fim, na sexta parte, Descartes disserta acerca da importância de se dominar a natureza, por um conhecimento científico preciso a fim de se buscar o bem de todos, e as razões de ter escrito seu livro. Sendo a primeira, a má impressão a respeito de si e de suas motivações que poderia despertar nos outros se não publicasse sua obra, e a segunda o temor de falhar consigo mesmo e com seu público de não ter deixado coisas melhores do que poderia ter deixado. Em suma, Discurso do Método é um livro atual que trata das bases do conhecimento humano, do auxílio da dúvida na busca da verdade e da construção do conhecimento científico através de um método rigoroso e preciso, indicado para todo amante do saber e principalmente para aqueles que levam a sério seu ato de pensar.
René Descartes e o Discurso do Método (Parte 1)
Nascido em La Haye, França, no dia 31 de março de 1596, René Descartes estudou num colégio jesuíta e depois se formou em Direito. Engajou-se no serviço militar na Holanda, viajou pela Europa e no fim de seus dias viveu na Suécia, onde veio a falecer em 1650. Entre suas principais obras estão: Meditações, Regras para a Direção do Espírito, Princípios de Filosofia, As Paixões da Alma e Discurso do Método. Este último é um dos livros que constitui a base de sua epistemologia. Conforme o próprio livro informa está dividido em seis partes. Na primeira, há diversas considerações sobre a ciência. Na segunda, as principais regras sugeridas por ele para a prática científica. Na terceira, algumas das justificativas do método. Na quarta, as provas da existência de Deus e da alma humana,ou seja, os fundamentos da metafísica. Na quinta, Descartes faz algumas aplicações do método a questões físicas e relativas à medicina; também as particularidades da alma humana. Por fim, na sexta, as razões que o levaram a escrever o tratado e aquilo que Descartes acredita ser essencial para o progresso do conhecimento .Descartes abre a primeira parte do seu livro mostrando um pouco de suas vivências, sua determinação em desenvolver seu método e os caminhos que perseguiu. Em linhas gerais menciona a teologia, a filosofia, a jurisprudência e a medicina e suas respectivas funções. Mostrando o cuidado com que teve de procurar distinguir o verdadeiro do falso, de rejeitar a credulidade e a precipitação, e de determinar-se a examinar a si mesmo. O fim da primeira parte está embricado na segunda quando continua a relatar a experiência de seu auto-conhecimento quando esteve sozinho na Alemanha, a sua firme constatação da necessidade de reformar e construir seus próprios pensamentos, desembocando nas quatro regras de seu método: o de nunca aceitar alguma coisa como verdadeira que não fosse conhecida evidentemente como tal, evitando toda precipitação e prevenção; o de dividir as dificuldades para que melhor fossem analisadas; a condução do pensamento dos objetos mais simples aos mais complexos; e o de poder elaborar enumerações completas e revisões de que tivesse certeza de nada omitir. Na verdade, o Discurso propõe um modelo quase matemático para conduzir o pensamento humano, uma vez que a matemática tem por característica a certeza, a ausência de dúvidas.

Ponto de contato

Pare por um momento e reflita.Já pensou que as coisas estão aparentemente certas, porém estão profundamente erradas?Olhe a sua volta, observe as pessoas com que entra em contato e as que passam rapidamente pela sua vida, no metrô, no trem, nas ruas e avenidas desse país. Percebe as expressões sofridas, cansadas e tristes da maioria? Você se sente incomodado ou satisfeito ao ver que os indivíduos são escravizados pela rotina e pelas idéias propagadas pela mídia? Será que a resposta está mesmo no consumo desenfreado, naquilo que é tradicionalmente honrado e no mecanismo em que as coisas parecem funcionar? Está na hora de romper com esse círculo vicioso e perverso em que estamos inseridos. Precisamos nos descobrir realmente, e lutar pela liberdade. Liberdade de poder ser diferente, de discordar da maioria, de rejeitar as convicções que nos foram implantadas, de andar na contramão do sistema, de olhar para as pessoas e não ver "fontes de lucro", mas ter real interesse nelas. Que possamos nos despojar de todo preconceito, religiosidade, misticismo, politicagem, malandragem e violência.Que apliquemos o colírio da reflexão e rompamos com as ataduras dos valores que a sociedade espera que tenhamos e que nos faz meros exércitos de robôs.Possamos ousar ser!
Filosofia e Cidadania
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) a educação para o exercício da cidadania é o objetivo da Filosofia. Mas o que é cidadania? Segundo o Dicionário Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, “cidadania é a qualidade ou estado do cidadão”, entende-se por cidadão “o indivíduo no gozo dos direitos civis e políticos de um estado, ou no desempenho de seus deveres para com este”. No sentido etimológico da palavra, cidadão deriva da palavra civita, que em latim significa “cidade”, e que tem seu correlato grego na palavra politikos – aquele que habita na cidade. É sabido que uma educação filosófica visa a autonomia e leva em consideração as problemáticas sociopolíticas, por isso não pode deixar de lado a formação do cidadão.Ser cidadão conforme podemos observar até mesmo na definição citada acima envolve atitude, é participar ativa e conscientemente na comunidade a qual se está inserido. Refletindo sobre a realidade do nosso país, pode-se apontar que ainda não conseguiu-se realizar o ideal de cidadania, ainda há privilégios para as elites. Urge no Brasil a necessidade de uma cidadania que seja ativa e que promova uma forma de ação política possível para o benefício de todo o conjunto da sociedade. Onde está a cidadania diante do quadro de desigualdade sócio-econômica que vivenciamos? Não é qualquer educação que colaborará com a construção da cidadania, mas uma voltada para a singularização dos indivíduos, para a constituição de mentes livres e criativas, e de seres humanos que tomem em suas mãos os destinos de suas vidas e comunidades,e ai entra a importância da Filosofia nessa construção. São os atos de cidadania que educam para a cidadania, e nós como professores devemos nos preocupar com nossa postura e atos em sala de aula, pois que tem grande influência, é a chamada pedagogia do exemplo. Para a filosofia cumprir seu papel de formar cidadãos não é somente necessário o estudo da história da filosofia, mas o exercício do filosofar na busca da construção de um pensamento próprio frente ao cotidiano e a vida, e que promova a liberdade, a criatividade e a solidariedade.

domingo, 27 de janeiro de 2008

Epicuro e a filosofia do prazer (Parte 3)
Prosseguindo, vimos que para Epicuro ainda era necessário mais um passo para conduzir o homem a felicidade. E este era a procura do prazer e a fuga da dor. Talvez você pergunte: "Que significa isso?" Vamos então ao esclarecimento:
Sobre esse ponto, Epicuro entendia que o sábio reconhecia que havia diferentes tipos de prazer, e sabia selecioná-los e dosá-los. O ponto de partida para a felicidade estaria então na satisfação dos desejos físicos, naturais. Porém, essa satisfação, para não acarretar sofrimentos, deveria ser contida, reduzindo-se ao estritamente necessário.Poderia se classificar os tipos de prazer em dois niveis: "prazer de movimento" e "prazer de repouso". O prazer de movimento seria o da satisfação física imediata e mutável; enquanto que o de repouso seria o de dimensão ética que era constituído pela 'ataraxia'(ausência de perturbação) e pela 'aponia' (ausência de dor). Para se chegar a esse prazer de repouso era necessário criar a consciência de que é necessário renunciar a todo prazer que possa ser fonte de aflição e aceitar a dor quando ela é portadora de um bem futuro. Dessa forma era então o homem capaz de ser feliz e sereno independente das circunstâncias. À dor presente, ensina Epícuro, pode-se escapar por meio da lembrança dos prazeres passados ou pela expectativa de prazeres futuros. Interiormente, o homem é livre para jogar, à vontade, com as imagens (eidola) que seriam resquícios corpóreos de suas sensações.
Epicuro fazia da contemplação intelectual e das delícias da amizade os mais elevados prazeres, legou às éticas posteriores uma lição que nunca mais será esquecida: a de que o homem também pode se sustentar de recordações e de esperanças.


Epicuro e a filosofia do prazer (Parte 2)


Epicuro apesar de sua debilidade física, era alguém positivo e que influenciava muito as pessoas. Qual era o segredo? Epicuro acreditava que a filosofia devia servir o homem como instrumento de libertação e como via de acesso à verdadeira felicidade. Para Epicuro haviam dois temores que impediam o homem de encontrar a felicidade: o medo dos deuses e o medo da morte. Qualquer semelhança com o medo dos nossos dias não é mera coicidência.Com relação a vencer o medo dos deuses, Epicuro refletia da seguinte forma: Os deuses de fato existiam, porém eram tão perfeitos, que jamais se misturariam conosco ou estariam se preocupando conosco, haja vista que somos imperfeitos e fracos. Em outras palavras, eles desconhecem o mundo imperfeito humano e não atuam sobre ele. Quanto ao medo da morte, não há também porque temê-la. Ela não seria mais que a dissolução do aglomerado de átomos que constitui o corpo e a alma. A morte, portanto, não existe enquanto o homem vive e este não existe quando ela sobrevêm. A libertação do medo dos deuses e da morte não basta para conduzir o homem a verdadeira felicidade, ainda era necessário mais uma coisa. E é o que veremos no próximo artigo, finalizando a reflexão sobre a filosofia epicurista.
Epicuro e a filosofia do prazer (Parte 1)
Se lhe perguntasse: "Você é feliz?" - o que você me responderia? Não sei sua resposta, mas já fiz essa pergunta para dezenas de pessoas e a grande maioria dizia que 'não era feliz', mas estavam 'buscando a felicidade'.
E você sabia que houve um filósofo chamado Epicuro que buscou também o caminho da felicidade,e filosofou a respeito disso? Pois é, para Epicuro o bem supremo da vida é a felicidade. Mas talvez você me pergunte: "quem era esse filósofo e o que ele tinha a dizer à respeito da felicidade?" E é isso o que vamos ver agora...
Epicuro viveu na Grecia, mais especificamente na cidade de Atenas entre 341-270 a.C.. Tinha uma doença muito terrivel que o atrofiava, porém era alguém com quem as pessoas gostavam de estar junto. Epicuro era descrito como bondoso, alguém que cultivava as amizades, auxiliava os irmãos e tratava delicadamente os escravos. Fico a imaginar que existem pessoas que por menos problemas se tornam amargas, inacessíveis e grossas. De fato, Epicuro era um exemplo! Um dos seguidores de sua filosofia, um poeta romano chamado Lucrécio disse dele: "Foi um deus, sim, um deus, aquele que primeiro descobriu esta maneira de viver que agora se chama sabedoria, aquele que por sua arte nos fez escapar de tais tempestades e de tais noites, para colocar nossa vida numa morada tão calma e tão luminosa."

sábado, 5 de janeiro de 2008


Filósofo do mês: Aristóteles
"Duas condições são necessárias para alcançar o bem geral; primeiramente, que haja um ideal e que o fim que se porpõe sej alouvável;depois, que se encontrem quais são os atos que podem conduzir a esse fim.Essas duas condições podem ou não concordar-se. Ora, o fim é excelente, mas erra-se no meio de atingi-lo. Umas vezes têm-se todas as possibilidades de alcança-lo, mas o fim proposto é mau. Outras vezes erra-se ao mesmo tempo no fim e nos meios, como acontece na Medicina, quando julga mal o estado de saúde do corpo, e não encontra os meios de atingir o fim que se propõe. Ora, nas artes e nas ciências, é preciso apontar magistralmente ao alvo e aos meios que a ele conduzem. É claro que todos os homens aspiram à virtude e à felicidade; mas uns podem atingi-las, outros não (asim o quer o acaso ou a natureza). A virtude necessita de uma certa quantidade de meios, que deve ser pequena para aqueles que são melhores dispostos, e maior para os que têm disposições menos favoráveis. Outros, finalmente, extraviam-se desde os primeiros passos na procura da felicidade, embora possuam todas as faculdades exigidas. Já que o objeto que nos propomos é a procura da melhor constituição, já que a melhors constituição é aquela que dá a melhor administração da cidade, e que a melhor administração da cidade é a que proporciona a maior soma de felicidade, segue-se que é preciso antes saber o que é a felicidade.(...)A felicidade é o resultado e o desenvolvimento completo da virtude, não relativa, mas absoluta. Ora, por virtude relativa entendo aquela que se aplica aos atos necessários,e por virtude absoluta é que se dirige unicamente ao belo.(...)Por oposição, os atos que têm por objetivo a honra e abundância de bens da alma, são o que há de mais belo no sentido absoluto.(...) Na Moral, definimos o homem virtuoso como sendo aquele cuja virtude eleva os bens interiores à altura de bens absolutos. É evidente que a maneira pela qual deles faz uso é forçoasamente nobre e bela no sentido absoluto. Eis no entanto que o vulgar julga que os bens exteriores são causas da felicidade, como se o talento e a perfeição com que o músico toca a lira fossem devido mais à qualidade do instrumento que à habilidade do artista."(Aristóteles -A Política - página 105)

terça-feira, 1 de janeiro de 2008


Pérolas da filosofia de Erich Fromm

Erich Fromm (1900-1980) foi um filósofo e psicanalista alemão, autor de muitas obras, entre as quais "O Medo e a Liberdade", "A sociedade sã" e "A Arte de Amar", estudou e refletiu sobre a influência da sociedade e da cultura no indivíduo.Para Fromm, a personalidade de um indivíduo era o resultado de fatores culturais e biológicos. Neste aspecto estava em desacordo com Freud, que privilegiava sobretudo os aspectos inconscientes do psiquismo. Fromm integrou os aspectos socio-económicos na explicação das neuroses e estabeleceu um relacionamento entre o marxismo e a psicanálise.

Penso que algumas das idéias de Fromm podem contribuir para uma entrada de ano consciênte, certa das possibilidades de exito e preparada para lidar com as frustrações, fazendo uso delas para nosso crescimento pessoal e autonomia. Vejamos:

* A pessoa torna-se livre e cresce através de atos de desobediência, que é condição de liberdade. Temos assim a capacidade de duvidar, de criticar e de desobedecer.

* Aceitação do fato de que ninguém e nada fora de nós pode dar significado à nossa vida.

* Desenvolver a própria fantasia, não como fuga de circunstâncias intoleráveis, senão como antecipação de possibilidades concretas, como meio para superar circunstâncias intoleráveis.

* Dar-se conta de que o mal e a destrutividade são consequências necessárias da falência do propósito de crescer.


Para terminar algumas citações diretas e importantíssimas de Fromm:

"Os fatos não são, na sociedade, a realidade última na qual o conhecimento encontraria o seu próprio fundamento e critério, porque eles próprios são mediados pela sociedade."

"O perigo do passado era que os homens se tornassem escravos. O perigo do futuro é que os homens se tornem autómatos."

"A maior parte das pessoas vê no problema do amor, em primeiro lugar, o problema de ser amado, e não o problema da própria capacidade de amar."

"A ânsia de poder não é originada da força, mas da fraqueza."

"A principal tarefa na vida de um homem é a de dar nascimento a si próprio."