sexta-feira, 25 de julho de 2008

O valor da filosofia para Bertrand Russell


O valor da filosofia encontra-se, de fato, na sua própria incerteza. O homem sem rudimentos de filosofia passa pela vida encarcerado nos preconceitos derivados do senso comum, das crenças habituais do seu tempo ou da sua nação, e de convicções que se desenvolveram no seu espírito sem a cooperação ou o consentimento da sua razão ponderada. Para tal homem, o mundo tem tendência a tornar-se definido, finito, óbvio; os objetos comuns não levantam questões, e as possibilidades estranhas são desdenhosamente rejeitadas.
Mal começamos a filosofar, pelo contrário, descobrimos […] que até as coisas mais corriqueiras levantam problemas a que só podemos dar respostas muito incompletas. A filosofia, apesar de ser incapaz de nos dizer com certeza qual é a resposta verdadeira às dúvidas que levanta, tem a capacidade de sugerir muitas possibilidades que alargam os nossos pensamentos e os libertam da tirania do hábito. Assim, apesar de diminuir a nossa sensação de certeza quanto ao que as coisas são, a filosofia aumenta em muito o nosso conhecimento do que elas podem ser; ela elimina o dogmatismo algo arrogante daqueles que nunca viajaram no território da dúvida libertadora, e mantém vivo o nosso sentido de deslumbramento ao mostrar coisas familiares sob um aspecto estranho.
(Bertrand Russell, Os Problemas da Filosofia, 1912, p. 90)

Lições em Leibniz (Parte 3)


Qual o fundamento de todas as verdades?
Para Leibniz esse fundamento não pode ser a experiência, e passa assim a elencar as razões disso. Primeiro, os sentidos não são suficientes, visto que nos põem em contato apenas com verdades particulares ou individuais, o que não é suficiente para estabelecer a universalidade dessa verdade.Em outras palavras, se partimos de nossa experiência individual(e para isso usamos os sentidos) jamais poderemos determinar que essa experiência é universal e válida para todas as pessoas, épocas e locais, pois segue que aquilo que aconteceu conosco não acontecerá necessariamente da mesma forma com outra pessoa. Na verdade, o valor dos sentidos está em dar ocasião para prestarmos atenção ou percebermos as verdades inatas que existem em nós, assim como mais ou menos as provas servem a aritmética para melhor evitar o erro do cálculo quando o raciocínio é longo.
Segundo, como os homens são diferentes dos animais, não podem portanto serem regulados pela experiência. Os animais têm a impressão de que o que aconteceu com eles deverá se repetir, porque se guiam pela experiência, porém o homem tendo a consciência de que só a razão é capaz de estabelecer regras seguras, tendo ciência das exceções, inferindo conexões onde existem e rejeitando onde não as há, não pode se pautar unicamente pela experiência, mas por um princípio superior e inato.
Terceiro, mesmo os defensores do empirismo admitem idéias que não têm origem apenas na sensação, mas que provém da reflexão. E o que é a reflexão senão uma atenção aquilo que está em nós? E os sentidos não nos dão aquilo que já trazemos em nós. E se somos inatos a nós mesmos poder-se-ia negar que existem muitas coisas inatas em nosso espírito?
Por fim, é inconveniente concluir que nada pode ser desenterrado de dentro de nós, que nossa alma seja vazia,e que ela não é nada sem as imagens que recebe de fora. Mesmo em lousas vazias encontraremos algo que as diversifique umas das outras. E jamais se verá um plano completamente unido e uniforme. Sendo assim, não seremos capazes de fornecer de dentro de nós mesmos algum pensamento? Não estaríamos subestimando muito o ser humano?

sexta-feira, 18 de julho de 2008

BIOGRAFIA DE GRANDES FILÓSOFOS:EPICURO(2)


III - Filosofia
Para Epicuro a filosofia é mais do que discussões teóricas, é acima de tudo um estilo de vida. Seus discípulos não iam aprender a filosofia dele, mas "aprender o próprio Epicuro". Havia uma simbiose entre teoria e prática, entre pessoa e ensino.
A finalidade da filosofia era dupla: a felicidade humana e a liberdade, do contrário não haveria o porquê de filosofar. Nunca era tarde demais para tal tarefa, afinal, crianças, jovens e velhos sempre estariam buscando a felicidade e a liberdade, portanto jamais a filosofia deveria ser deixada de lado.
Para haver felicidade era necessário o prazer, mas não qualquer prazer. A filosofia proporcionaria a maneira de selecionar os melhores prazeres. Epicuro classificava os prazeres em três gêneros: os naturais e necessários (nutrição e sono), os naturais e não necessários (o sexo), e os não naturais e não necessários(todos aqueles resultados das opiniões). Porém, havia o prazer dos prazeres, aquele que estava acima de todos os três tipos mencionados, que era a ‘ataraxia’. A ataraxia consistia num estado de harmonia e serenidade interior a despeito das adversidades e circunstâncias. Estava acima de todo e qualquer prazer porque era um prazer constante e não de movimento como os mencionados. Em outras palavras, era um prazer permanente e não temporário. A grande antítese dos prazeres era a dor. Epicuro acreditava que o caminho natural do homem era fugir da dor e buscar o prazer. Entretanto, jamais conseguiríamos ficar totalmente imunes da dor, haja vista, as tragédias que se abatem sobre os indivíduos, em decorrência de acidentes ou perdas. Neste caso, Epicuro propunha um remédio duplo: as recordações e as projeções. Isso quer dizer que num momento difícil recordar situações passadas positivas aliviariam a dor, bem como projetar para o futuro coisas positivas que ainda poderiam ser realizadas. Ainda sobre o prazer Epicuro dizia que não poderíamos ser escravizados por eles, mesmo porque felicidade e liberdade andam de mãos juntas, por isso devíamos selecionar os prazeres como que tendo domínio sobre eles.
Sobre a liberdade, Epicuro utilizava-se de alguns aspectos da filosofia física para discorrer sobre o assunto. O mundo se formou dos átomos, que eram eternos, indivisíveis, variados e infinitos. Os átomos para se movimentarem necessitavam de espaço, o vácuo, que também era infinito. À medida desses movimentos a matéria era composta, neste caso até mesmo a alma é substância material, com a diferença de ser constituída por átomos mais delicados, leves e finos. Os átomos fazendo trajetória verticais em sentido de queda se chocariam devido a um desvio próprio chamado de ‘clinamen’, e este explicaria a liberdade atômica e consequentemente a humana. Assim como os átomos são livres para se chocarem e darem origem a novas vidas, os humanos são livres para mudar suas vidas. Uma outra idéia central sobre a liberdade é a de que os homens são escravos do medo, e para serem libertos deverão vencer os dois maiores temores humanos: o medo da morte e dos deuses. O medo da morte é vencido quando se tem consciência de que tudo é átomo e vácuo, isso quer dizer que quando o homem existe a morte não existe, e quando a morte aparece o homem não mais existe, portanto não há porque temer aquilo que não existe quando existimos. Vida significa átomos harmonizados e conjugados, e morte significa átomos desarmonizados e separados. Dentro dessa concepção há a negação da imortalidade da alma, o homem não deve mais se preocupar com o que virá após a morte, deve-se preocupar com o presente, com a melhor vivência possível do hoje e não com as preocupações inquietantes do amanhã. Quanto ao medo dos deuses, não era necessário se apavorar com tal coisa, afinal das contas os deuses também eram formados por átomos, mas de uma categoria tão perfeita, que viviam numa zona além daquela que os homens habitavam. Isso quer dizer que se os deuses eram perfeitos jamais se preocupariam com os homens que são imperfeitos, porque caso contrario poderiam se manchar com a imperfeição humana. O estado de gozo dos deuses era tão perfeito que jamais pensariam no homem que não alcançou o pleno gozo. Para Epicuro os sacerdotes utilizavam-se dos mitos e do temor dos deuses para manipular e escravizar as pessoas.
Dentro do campo da teoria do conhecimento, Epicuro a divide em três momentos: a experiência, a memória e as relações. Por meio da experiência poder-se-ia chegar a verdade, o homem conhece a medida que vivencia, ou seja, o empirismo. No empirismo é fundamental a relação entre a sensação e a percepção, e é por meio desta última que posso ser enganado ou ter certeza da verdade. Por exemplo: Se olho ao longe o que parece ser um pedaço de árvore e depois ao me aproximar percebo ser um cachorro deitado, fui enganado pela minha percepção, porém também corrigido por ela. Para evitar os enganos era imprescindível observar e analisar os objetos com cuidado. Para Epicuro aqueles que dogmatizam um determinado aspecto do objeto sem analisá-lo por todos os ângulos possíveis com muito cuidado, criam o mito. Aquilo que pela sensação temos a percepção vira uma antecipação ou memória. Por exemplo: Se vejo um livro, aquilo fica registrado em mim, de tal maneira que não terei dificuldade de identificar outro objeto semelhante e reconhecê-lo como livro, já que tive a experiência do livro, e se tive a experiência tenho dali em diante a idéia de livro.A memória então é fruto da experiência, e só posso ter noção daquilo que vivencio. Porém, há coisas das quais não temos sensações e são reais, por exemplo, o átomo e seu movimento. Neste caso Epicuro ensina a chamada não-infirmação, ou seja, fazer relações. Pensando na questão do átomo relacionamos sua realidade com o corpo e o movimento, pois, assim como o corpo se movimenta, o átomo também se movimenta já que o corpo é constituído por eles, e só há movimento onde há espaço para tal. Ou seja fazemos relações de coisas que não podem ser captadas pelos sentidos e percebidas com coisas que podem dentro de um elo lógico.
Relacionado a ética a discussão de Epicuro gira em torno das duas grandes virtudes: a sabedoria e a amizade. A primeira é resultado de seguir sua filosofia (lógica, física e ética), que para os epicureus(assim eram chamados os discípulos) estava acima das concepções socráticas, platônicas e aristotélicas. O sábio era autônomo e não autômato, era lei para si próprio, de tal forma que para Epicuro as leis não existiam para que o sábio não cometesse injustiça, mas para que não fossem cometida injustiças contra ele.A segunda, a amizade, era a maneira dos homens se relacionarem entre si e desfrutarem uns dos outros. Epicuro era contra o matrimônio e a concepção de família egoísta(pai, mãe e prole), todos deveriam relacionar-se como irmãos entre si, e o amor estava acima de qualquer convenção social. Entretanto, a amizade deveria ser entre iguais, a dependência se é que deveria existir, deveria ser recíproca, para que ninguém fosse escravo de ninguém, o que deporia contra a filosofia da liberdade. Ninguém deveria ser desprezado no circulo de intimidade, todos eram dignos de respeito e apreço, até mesmo os escravos.

BIOGRAFIA DE GRANDES FILÓSOFOS:EPICURO (1)



I -Vida
Epicuro nasceu na cidade de Atenas em 341 a.C., num período marcado pelo domínio macedônico sobre a Grécia e a perda de independência política das cidades-estados. Isso ocasionou uma certa decepção com a religião e a política entre os gregos, tirando-lhes a expectativa de dias melhores, substituindo por uma visão sombria do futuro.
Filho de uma família nobre, cujo pai, Néocles era professor, e a mãe Queréstrata era advinha, o menino Epicuro destacou-se no pensamento reflexivo desde a mais tenra idade. Em uma de suas aulas de gramática na cidade de Samos,ao ouvir de seu mestre que o mundo viera do caos, interpolou em seguida, de onde então viera o caos. Ao que o mestre não soube responder e encaminhou-o aos filósofos. Tomando contato com as diversas filosofias do período, Epicuro abraçou as idéias materialistas de Demócrito e Léucipo que explicavam todas as coisas à partir dos átomos. Voltou a Atenas, iniciando uma curta carreira como professor de gramática, decidindo-se lecionar filosofia, fundando sua própria escola, conhecida como “O Jardim”, por ser uma propriedade composta de uma casa e um grande e belo jardim, onde os alunos aprendiam em contato com a natureza. Fundiu conceitos do atomismo com idéias originais e criou sua própria filosofia. Angariou muitos simpatizantes e discípulos, muitos deles que não se satisfaziam mais com as explicações de Platão e Aristóteles, que centralizavam em torno da política suas discussões que não coadunavam mais com a realidade da falta de independência política grega. Mais do que simples seguidores, eram amigos de Epicuro, cuja personalidade era marcada por simpatia, benignidade, carisma, delicadeza, sinceridade, serenidade e compaixão. Epicuro devotou-se a filosofia e aos seus amigos, e viveu até os setenta e dois anos de idade, falecendo em decorrência de uma enfermidade que lhe atrofiava os membros e impunha-lhe dores constantes e agudas. No seu último dia de vida escreveu a um precioso amigo:

“Este dia em que te escrevo é o último dia da minha vida e é também um dia feliz. Sinto dores na bexiga e nas entranhas que nem se poderia imaginar, dores mais violentas; mais esses sofrimentos são compensados pela alegria que traz à minha alma a recordação das nossas conversações.”

II -Obras
A filosofia de Epicuro foi dividida em três partes essenciais: lógica ou canônica, física, e ética. A primeira tratando-se da teoria do conhecimento e o método para se chegar ao conhecimento da verdade; a segunda mostrando a constituição de todas as coisas resultado do movimento dos átomos no vácuo; e a terceira a maneira de ser feliz e se comportar diante do mundo. Respeitando essa divisão em suas obras, ele foi um dos escritores mais fecundos da Antiguidade, tendo composto mais de trezentos tratados, entre os quais: um Tratado da Natureza, em trinta e sete livros, sobre os átomos e o vácuo, resumo do que escreveu contra os físicos; objeções dos megarenses; dos deuses, da santidade, dos fins, das maneiras de viver (quatro livros), da justiça e das outras virtudes, dos dons do reconhecimento, da música; depois, livros intitulados Queredemo, Hegesianax, Néocles, Euríloco, Aristóbulo, Timócrates (três livros), Metrodoro (cinco livros), Andidoro (dois livros), Anaxímenes,etc.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Filósofo do mês: Montaigne



"O principal efeito da força do hábito reside em que se apodera de nós a tal ponto que já quase não está em nós recuperarmo-nos e refletirmos sobre os atos a que nos impele. Em verdade, como ingerimos com o primeiro leite hábitos e costumes, e o mundo nos aparece sob certo aspecto quando o percebemos pela primeira vez, parece-nos não termos nascidos senão com a condição de nos submetermos também aos costumes; e imaginamos que as idéias aceitas em torno de nós, e infundidas em nós por nossos pais, são absolutas e ditadas pela natureza. Daí pensarmos que o que está fora dos costumes está igualmente fora da razão, e Deus sabe como as mais das vezes erramos. Se, como nós que estudamos, aprendemos a fazê-lo, todos, ao ouvirem judiciosa observação, aplicassem o ensinamento no que lhes diz respeito, veriam, incontinenti, que não constitui simples frase bonita, mas é verdadeira chicotada na tolice habitual de nosso julgamento. Mas recebemos as advertências da verdade como se se endereçassem aos outros e não a nós mesmos, e, em vez de aproveitá-las a fim de melhorar os nossos costumes, nós nos contentamos, muito tola e inutilmente, em a catalogar na memória." (Montaigne,Ensaios, Capítulo XXIII,página 61)

Razões do ateísmo em André Comte-Sponville


Sponville no livro "Apresentação da Filosofia" dedica um de seus capítulos para discorrer sobre as razões do ateísmo. De início mostra que há dois tipos de ateísmo: o negativo, aquele que não crê em Deus, e o positivo, aquele que crê que Deus não existe. Para dar a razão desse último ele esboça alguns argumentos interessantes:



1. A fraqueza dos argumentos dos teístas



Os teístas possuem tantos argumentos como experiências fracas. Se Deus existísse devería-se vê-lo e sentí-lo mais. Ao argumento teísta de que "se Deus se mostrasse em toda sua glória não seríamos livres para crer Nele ou não, ou duvidar",Sponville contrargumenta que:



a) Se ser livre é poder duvidar seríamos mais livres do que Deus por que ele jamais duvidaria de si mesmo.



b) Os profetas de acordo com relatos bíblicos tinham um contato mais próximo de Deus entretanto havia espaço em suas vidas para inúmeras duvidas e incertezas.



c) Sempre há menos liberdade na ignorância do que no saber.



d) Um Pai perfeito infinitamente superior aos pais humanos poderia abrir possibilidade para amá-lo, obedecê-lo, respeitá-lo ou não, o que supõe no mínimo a consciência clara de sua existência. Como amar, respeitar ou obedecer alguém que ao contrário dos pais humanos nem sequer tem- se prova concreta de sua existência?



e) Concluir a existência de alguém deduzindo-a de "escritos sagrados"(deveras contraditórios uns com os outros e está ai a diversidade de religiões refletindo isso) ou da natureza imperfeita e por vezes até imprevisível é no mínimo insensatez.



2. A contradição de explicar com o inexplicável.



A maior força da crença em Deus e do domínio das religiões é justamente a possibilidade de explicar o mundo, a vida e o pensamento.



A pergunta é- de que valem essas explicações se Deus por definição é inexplicável?Em outras palavras, que é a religião do que uma tentativa de explicação de uma coisa que não compreendemos através de alguma coisa que compreendemos menos ainda(Deus)?



Não conseguimos explicar tudo, e isso até os ateus admitem, o problema é tentar utilizar esse "mistério" do mundo acercando-se de explicações religiosas dogmáticas, cujo fundamento é o próprio inexplicável. Enfim, as explicações buscadas pelos religiosos giram em torno de antropormofismos de um Deus que cria o homem a "sua imagem e semelhança". E como dizia Voltaire - "se Deus nos fez à sua imagem nós o reproduzimos muitos bem". O universo e a própria vida são bem mais profundos do que a Bíblia ou o Corão possam "revelar".



3.O argumento do mal



O mal no mundo é incoerente com a idéia de um Deus absolutamente bom e onipotente. O mal é uma objeção mais forte contra a fé do que o bem contra o ateísmo. Como dizia Epicuro: "se Deus quer eliminar o mal e não consegue, ele não é onipotente; se Deus consegue eliminar o mal e não quer, ele não é perfeitamente bom; mas se ele não quer e nem pode eliminar o mal, não é mais Deus."



Como aceitar um Deus que se esconde diante de tantas atrocidades, guerras e mortes? Se não aceitamos tal comportamento covarde dos pais humanos como aceitar de alguém que deveria em teoria ser perfeito amor?



4. O efeito e a causa



A humanidade é algo muito pequeno para ser conseqüência de alguém tão grande. Como dizia Pascal por todo lado temos mediocridade demais, baixeza demais, miséria demais, e grandeza de menos. A humanidade é uma criação tão irrisória, como que um Deus poderia querer isso?



Os teístas se orgulham narcisicamente em sua crença, como se fossem mais do que de fato são, infudem todas as ações de Deus em torno de si mesmos, como se a razão da "existência" de Deus fossem eles mesmos!!!Não teríamos ai em evidência da idéia de que na verdade o homem criou Deus?



Em contrapartida o ateísmo é uma forma de humildade. É considerar-se um animal que somos, e deixar-nos o encargo de nos tornar humanos.



5. Deus é tanto menos verossímil quanto mais é desejável.



Que desejamos acima de tudo? Não morrer, reencontrar os seres queridos que perdemos, ser amados. E o que diz a religião? Quais desejos justamente ela satisfaz? Crer em Deus é crer num Papai Noel na potência infinita. A crença é por demais cômoda para ser verdadeira.